CRMV-MT reforça presença na saúde pública durante reunião do CES-MT
5 de fevereiro de 2025 – Atualizado em 05/02/2025 – 8:25pm
O Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia de Mato Grosso (CRMV-MT) participou da Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Saúde de Mato Grosso (CES-MT), realizada nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. Representando médicos-veterinários e zootecnistas, o presidente Aruaque Lotufo destacou a importância da atuação desses profissionais nas estratégias de saúde pública, especialmente no controle de zoonoses e arboviroses.
A reunião abordou as ações do CES-MT em 2024 e os relatórios das visitas técnicas realizadas ao longo do ano. Durante sua fala, Lotufo apresentou dados alarmantes sobre vigilância epidemiológica no estado, ressaltando que somente em 2024 Mato Grosso registrou 43.523 casos confirmados de dengue, 557 de zika e 21.540 de chikungunya. Além disso, a leishmaniose visceral segue como um grande desafio, com óbitos recentes, incluindo o de bebês em Rondonópolis e de uma mulher de 42 anos em Cuiabá.
“O avanço dessas doenças exige uma abordagem integrada, e a medicina veterinária desempenha um papel fundamental nesse processo. Identificar surtos em animais pode antecipar medidas preventivas e evitar casos em humanos. No entanto, ainda há uma lacuna na inserção de médicos-veterinários nas equipes de vigilância da Secretaria Estadual de Saúde, o que compromete a eficácia do controle epidemiológico”, afirmou Lotufo.
O CRMV-MT defende medidas como a ampliação da presença de médicos-veterinários na vigilância epidemiológica, capacitação de profissionais de saúde sobre o papel dos animais na transmissão de doenças, maior notificação de zoonoses emergentes e integração desses profissionais nas equipes de controle sanitário.
A participação no CES-MT fortalece a representatividade da categoria nas decisões estratégicas e reforça a necessidade de políticas públicas que contemplem a interligação entre saúde humana, animal e ambiental. “O enfrentamento dessas doenças exige colaboração multidisciplinar. Se não houver essa integração, continuaremos reagindo aos surtos em vez de preveni-los”, concluiu Lotufo.
Diante do avanço das arboviroses e zoonoses em Mato Grosso, que já somam mais de 70 mil casos apenas em 2024, o presidente do CRMV-MT questionou o planejamento do governo estadual para garantir a continuidade e execução de ações efetivas de mitigação de riscos. Lotufo destacou a ausência de nomeação de profissionais no concurso da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que poderiam planejar e executar essas ações em conjunto com os municípios. “Sem especialistas na equipe, não há estrutura para combater essas epidemias de forma eficaz. Precisamos de profissionais capacitados para atuar diretamente na vigilância e controle dessas doenças, evitando que novos surtos continuem colocando em risco a saúde da população”, reforçou.
Ascom/CRMV-MT