CRMV-MT homenageia professores responsáveis pela formação de médicos-veterinários e zootecnistas
15 de outubro de 2020 – Atualizado em 15/10/2020 – 1:05pm
Neste dia do professor, comemorado em 15 de outubro, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso (CRMV-MT) parabeniza todos que se dedicam a transmitir conhecimentos e exemplos, em especial aos que contribuem para a formação de novos médicos-veterinários e zootecnistas.
Os professores são essenciais e insubstituíveis para o desenvolvimento de nações, para a formação cidadã e profissional dos indivíduos.
Em homenagem a todos os professores, o Conselho destaca a história de duas que dedicam a vida à arte de ensinar a medicina veterinária e a zootecnia em Mato Grosso.
Conheça um pouco a história das professoras Sandra Izilda Souza de Figueiredo e Jocilaine Garcia .
Sandra Izilda Souza de Figueiredo CRMV-MT n° 763
CRMV-MT: Quando e onde graduou-se?
Sandra: Eu graduei em 22 de julho de 1983, pelo Centro Agroveterinário da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, na cidade de Lages-SC.
CRMV-MT: Quando e como descobriu que queria seguir carreira acadêmica?
Sandra: Tenho histórico familiar, pois a família de minha mãe é constituída por muitos professores, inclusive ela, normalista que trabalhava com a alfabetização em uma escola pública para alunos do primeiro ano primário. Além disso, na minha infância, durante as brincadeiras, eu sempre escolhia ser professora. Também gostava de estudar junto com os colegas e, assim, fui gostando da ideia de estudo em coletividade. Quando surgiu o curso de Medicina Veterinária na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá, fiz o concurso e iniciei minha carreira acadêmica.
CRMV-MT: Foram quantos anos de sala de aulas? Quais as disciplinas que a senhora dava?
Sandra: Iniciei na UFMT, no segundo semestre de 1992, como professora substituta. Embora aprovada em concurso público, demorou um semestre para ser efetivada, o que só ocorreu em março de 1993. Permaneci na UFMT até junho de 2019, quando me aposentei após 27 anos em sala de aula. Porém, antes de entrar na UFMT, trabalhei por 10 anos com Saúde Pública e Controle de Zoonoses. Coordenei o Programa Estadual de Controle da Raiva em Mato Grosso, na Fundação de Saúde de Mato Grosso – FUSMAT, e trabalhei no Centro de Controle de Zoonoses em Cuiabá. A Saúde Pública e a Academia são duas grandes paixões.
Na UFMT, ministrei as disciplinas de Anatomia Animal I e II para o curso de Medicina Veterinária e, em algumas turmas, para o curso de Agronomia.
CRMV-MT: Quais foram os maiores desafios da carreira da senhora?
Sandra: Quando iniciou o curso de Medicina Veterinária na UFMT, tivemos muitos desafios a serem enfrentados, pois como todo início de curso, ainda não havia uma estrutura adequada em termos de laboratórios, salas de aula, recursos humanos e, assim, juntos, professores e alunos, lutamos com muita resiliência, garra e coragem por um curso de Medicina Veterinária à altura da nossa profissão. Recordo que, mais especificamente na minha área, o Laboratório de Anatomia Animal só tinha um esqueleto de cão pequeno e, assim, eu e meu colega Flávio de Rezende Guimarães, iniciamos a montagem do Laboratório, o que exigiu de nós muitos esforços, muita dedicação, muitos finais de semana, muitas horas extras de trabalho para hoje os alunos terem à disposição um laboratório com muitos esqueletos, peças e outros materiais que são utilizados pelos acadêmicos.
CRMV-MT: Quantos médicos-veterinários a senhora ajudou a formar?
Sandra: Todos os discentes do curso de Medicina Veterinária da UFMT Campus Cuiabá foram meus alunos, exceto as turmas que iniciaram o curso durante o período em que eu estava afastada para o Mestrado e o Doutorado, respectivamente. Creio que atualmente são cerca de 1500 egressos da UFMT Campus Cuiabá. Posso dizer que participei da formação acadêmica da maioria deles.
CRMV-MT: Quais as maiores alegrias vivenciadas?
Sandra: A convivência com os jovens é muito enriquecedora, uma experiência única. Cada turma que terminava as disciplinas que eu ministrava e seguia seu caminho era uma vitória. Cada turma que colava grau e começava a enfrentar os desafios profissionais era uma alegria. E, ainda hoje, cada vez que encontro um ex aluno e vejo que ele está feliz com a profissão, está exercendo-a com dignidade e dedicação, é uma alegria para mim. Para um professor, o sucesso de um aluno é muito importante.
Além do convívio com os colegas, que sempre nos deixam contribuições enriquecedoras. Faria tudo novamente. Fui muito feliz como professora. Sou grata por ter sido professora.
Jocilaine Garcia CRMV-MT/ZP n° 364
CRMV-MT: Quando e onde graduou-se?
Jocilaine: Obtive o título de Bacharel em Zootecnia, no ano de 1999, pela Universidade estadual de Maringá. Posteriormente, conclui o Mestrado em 2002, e o Doutorado em 2005, ambos em Zootecnia pela Universidade estadual de Maringá.
CRMV-MT: Quando e como descobriu que queria seguir carreira acadêmica?
Jocilaine: Enquanto cursava a graduação em Zootecnia, fui bolsista de Iniciação Científica praticamente durante todo o curso, e foi nesse momento que me interessei na carreira acadêmica, pois percebi que a carreira acadêmica é muito ampla, vai além do ensino, incluindo a pesquisa e a extensão. Assim, além de professora universitária, contribuindo com a formação acadêmica, poderia continuar realizando os projetos de pesquisa e/ou extensão, contribuindo com o desenvolvimento da sociedade. Para alcançar a carreira acadêmica, após a graduação, fiz o mestrado e doutorado em Zootecnia, na linha de pesquisa em Nutrição e Produção de Ruminantes.
CRMV-MT: São quantos anos de sala de aulas? Quais as disciplinas ministradas pela senhora?
Jocilaine: Estou em sala de aula desde 2006, ou seja, 14 anos, na Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário de Pontes e Lacerda. Desde então já ministrei as disciplinas: nutrição de ruminantes, bovinocultura de corte, caprinocultura, bubalinocultura, trabalho de conclusão de curso I e II. Atualmente estou em cargo de gestão como Diretora de Unidade regionalizada Política, Pedagógica e Financeira do Campus da UNEMAT de Pontes e Lacerda
CRMV-MT: Quais são ou foram os maiores desafios da carreira da senhora?
Jocilaine: Creio que na carreira acadêmica os desafios são constantes, somos continuamente desafiados em sala de aula, e as exigências no meio universitário estão cada vez maiores. Porém, o início da carreira foi o mais desafiador para mim. Além de ter que adaptar a uma nova realidade, pois vim de a outra região do Brasil, com particularidades distintas do Mato Grosso, a falta de experiência na carreira acadêmica (tinha uma bagagem teórica, mas até então não tinha a prática em lecionar), veio acompanhada de inseguranças, incertezas e dificuldades que, ao longo do tempo, com muito trabalho e dedicação, se transformaram em experiência. Atualmente, o maior desafio enfrentado é o cargo de chefia, na qual assumo diversas tarefas administrativas.
CRMV-MT: Tem ideia de quantos profissionais a senhora ajudou a formar?
Jocilaine: Até o momento foram aproximadamente 460 profissionais que contribuí com a formação, sendo que desses, até esse momento tive 47 orientados de Trabalho de Conclusão de Curso, e 11 orientados de Iniciação Científica.
CRMV-MT: Quais as maiores alegrias vivenciadas?
Jocilaine: São inúmeras as alegrias proporcionadas pela carreira acadêmica, como as amizades construídas ao longo dos anos, a superação das dificuldades, a aquisição de experiência e habilidades, o reconhecimento profissional de um colega. Porém, penso que o mais prazeroso na carreira, quando sinto que realmente todo o esforço valeu a pena acontece na colação de grau e também quando um egresso do curso, ou seja, já profissional Zootecnista, está bem inserido no mercado de trabalho, ou cursando um Mestrado ou Doutorado, e me agradece dizendo que contribuí com sua formação pessoal e/ou profissional com as aulas ministradas, conselhos ou orientações.