Conselho promove reunião para debater os desafios da Leishmaniose em Mato Grosso
7 de maio de 2021 – Atualizado em 07/05/2021 – 5:35pm
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Leishmaniose Visceral é uma das doenças mais negligenciadas do planeta. O Brasil é o país com mais casos na América Latina, respondendo a 97% das notificações. Com intuito de discutir ações para o controle dessa zoonose em Mato Grosso, a Comissão de Saúde Pública do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso (CRMV-MT) promoveu o encontro de diversos atores engajados no combate à doença.
A assessora Técnica do Conselho, médica-veterinária Cristiane Campos, explica que o primeiro passo é conhecer a realidade as secretarias municipais de saúde, órgãos responsáveis pela prevenção, controle e combate, dessa importante zoonose que vem afetando a saúde pública no Brasil.
Os dados apresentados pelas professoras da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Valéria Régia Franco Souza e Arleana do Bom Parto Ferreira de Almeida, revelam que em 2018 foram notificados 3466 casos de leishmaniose visceral em humanos no país. Em Mato Grosso, um dos municípios com maior prevalência da zoonose é Jaciara com 54,7% em 2014 em contrapartida em Barão de Melgaço apresentou 4,2% de prevalência em 2017. Nos últimos anos três anos, a prevalência de Leishmaniose Visceral Canina representou cerca de 34% dos atendimentos realizados no Hospital Veterinário da UFMT.
Apesar da alta prevalência, a zoonose ainda não tem tratamento acessível a grande parte da população, uma vez que o medicamento custa cerca de R$ 700,00 para um ciclo, sendo recomendado pelo Ministério da Saúde a eutanásia do animal.
Em 2020 a Vigilância em Saúde de Cuiabá notificou 220 casos, 25 animais foram eutanasiados, até o mês de março de 2021 o órgão já contabilizava 31 notificações. Segundo, a coordenadora Alessandra da Costa Carvalho, a população ainda é muito carente de orientação. “Quando o animal chega até nós já está em uma situação deplorável, com muitas feridas pelo corpo. Infelizmente, não temos recursos financeiros para tratar os animais e o nosso público-alvo não tem condições de arcar com o medicamento”.
Para auxiliar os gestores municipais no desafio de controlar a zoonose, o CRMV-MT por meio da Comissão de Saúde Pública, em parceria com os demais atores, pretende traçar um plano estratégico. Representantes da Vigilância em Saúde de Várzea Grande, da Secretaria de Bem Estar Animal de Cuiabá também participaram da reunião.
Fonte: Assessoria de Comunicação CRMV-MT