Em fórum, comissões defendem a atuação do médico-veterinário na segurança dos alimentos
19 de maio de 2023 – Atualizado em 19/05/2023 – 5:09pm
Fortalecer a atuação do médico-veterinário na área de segurança de alimentos de origem animal foi o objetivo do II Fórum e I Seminário da Comissão Nacional de Tecnologia e Higiene Alimentar do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Contha/CFMV), realizados entre os dias 16 e 18 de maio, em Brasília. O evento reuniu os membros da comissão nacional e representantes de 17 Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs).
Para alcançar o objetivo proposto, a comissão e os representantes das comissões técnicas de alimentos dos regionais discutiram e estruturaram em conjunto o plano de ações a serem realizadas. Estiveram presentes os CRMVs dos seguintes estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Amapá, Amazonas, Tocantins e Distrito Federal.
Além de debaterem as sugestões enviadas previamente pelas comissões regionais, os participantes se dividiram em grupos de trabalho para estruturar as ações do plano em três eixos temáticos principais: produção de material técnico voltado ao consumidor de produtos de origem animal; formatação de curso padronizado de responsabilidade técnica na área de alimentos; e criação de fórum permanente para a discussão de temas importantes e emergentes em segurança dos alimentos.
“Promover esse tipo de encontro é importante para mantermos o elo entre o conselho federal e as comissões regionais, e alinhar o nosso discurso enquanto Sistema. Assim, poderemos pleitear políticas públicas aos órgãos competentes para fortalecer a atuação do médico-veterinário na segurança dos alimentos de origem animal, visando à defesa da sociedade”, ressaltou a vice-presidente do CFMV, Ana Elisa Almeida, na abertura do evento.
Nessa mesma linha, o tesoureiro do CFMV, José Maria Filho, coordenador das comissões técnicas nacionais, destacou o trabalho que elas desempenham para cumprir os objetivos elencados pela vice-presidente. Ele defendeu a criação nos conselhos regionais que ainda não as possuem.
Para a presidente da Contha/CFMV, Valéria Rocha Cavalcanti, a possibilidade de trocar experiências e conhecer melhor a realidade de cada região vai permitir traçar um plano de trabalho mais assertivo. “Vamos poder executar as nossas ações de forma mais padronizada e ter um alcance maior da sociedade, dos profissionais e da academia”, destacou.
Comunicação com a sociedade
Por sinal, outro ponto em evidência dos eixos temáticos foi a comunicação com a sociedade. “É importante que nós, como médicos-veterinários, estejamos à disposição para participar de debates para nos tornamos conhecidos como profissionais atuantes e responsáveis pela área de segurança dos alimentos de origem animal”, afirmou o médico-veterinário Francisco Ives Pereira, membro da Contha/CFMV, que ministrou a palestra sobre combate à clandestinidade.
A médica-veterinária Isabelle Campello, tesoureira do CRMV-RJ, defendeu que é papel do profissional também esclarecer e educar a sociedade a respeito do consumo seguro dos produtos de origem animal.
“Quando começamos a nos posicionar, nos tornamos referência naquele assunto. E é fundamental que a população saiba que o médico-veterinário é responsável pela segurança do alimento que será consumido”, assinalou.
I Seminário da Contha/CFMV
Como parte da programação e consolidação dos trabalhos, o I Seminário da Comissão Nacional de Tecnologia e Higiene Alimentar (Contha/CFMV) foi realizado no dia 18. O evento contou com a participação das comissões regionais e teve transmissão on-line, via plataforma Zoom, aberta a profissionais da área de alimentos.
No seminário, temas atuais e emergentes da área foram apresentados por palestrantes, como o médico-veterinário André Duch, do Instituto Mineiro Agropecuário (IMA-MG), que abordou a produção dos queijos artesanais de Minas Gerais; e a médica-veterinária Sibelli Ferrão, integrante da Contha, que falou sobre fraudes em produtos de origem animal e novas técnicas de detecção.
“Hoje, a fraude e a adulteração em produtos de origem animal são questões globalizadas e afetam todos na cadeia de abastecimento: indústria, mercado e o consumidor”, assinalou, ressaltando que é essencial a união dos órgãos fiscalizatórios com a academia para a detecção de alimentos adulterados.
No período da tarde, o médico-veterinário André Moura, fiscal estadual agropecuário de Alagoas, apresentou o panorama do combate à clandestinidade com uma abordagem integrada. Já a médica-veterinária Elenita Ruttscheidt, auditora fiscal agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), explanou sobre análise de risco na inspeção ante e post mortem.
O presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida, também esteve presente no evento e destacou a atuação do médico-veterinário para a garantia da segurança alimentar brasileira e mundial. “O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de proteína animal e cabe a nós, médicos-veterinários, a nobre missão de resguardar a inocuidade desses produtos. ”
Almeida ressaltou, ainda, a importância do encontro para a capacitação dos membros das comissões regionais. “Que cada um dos presentes seja multiplicador dos temas que foram discutidos nesses dias, busque apoio para estabelecer políticas públicas e fortalecer a área de segurança de alimentos”, pontuou.
Para a médica-veterinária Anete da Cruz, presidente da Comissão Regional de Alimentos do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV-BA), o evento foi uma oportunidade de padronizar as ações e de fortalecer o trabalho em conjunto com a comissão nacional.
A presidente do CRMV-PE, Maria Elisa de Almeida, representou no evento os presidentes do Sistema CFMV/CRMVs. Ela compartilhou a mesma opinião de Anete: “Reunir todas as comissões para a construção do plano de ações com um objetivo mais denso irá facilitar para que o desenvolvimento do nosso trabalho seja efetivamente mais integrado, levando em conta as especificidades de cada região, mas seguindo o plano-diretor da comissão nacional”.
Assessoria de Comunicação do CFMV