Combate às Zoonoses marca início de julho
6 de julho de 2023 – Atualizado em 02/08/2023 – 4:40pm
O dia 06 de julho é considerado o Dia Mundial das Zoonoses, conceito que designa as doenças que são transmitidas entre animais e humanos. O contágio dessas doenças pode ocorrer diferentes formas, desde mordidas de animais contaminados, contato com fezes ou restos de animais, ingestão de carne ou água contaminada, picadas de mosquitos e até no abate de animais.
As zoonoses não trazem danos apenas para a pessoa ou animal doente, mas podem causar interferências econômicas, como alguns casos de surtos em determinadas regiões em que se faz necessária a interrupção na produção até que haja o controle de incidência. Nesses casos, é importante a ação do médico-veterinário que atua na prevenção, no combate e na erradicação das doenças zoonóticas e arboviróticas.
Dentre alguns exemplos de zoonoses estão: a raiva, dengue, toxoplasmose, febre maculosa, teníase e leishmaniose e o controle delas está diretamente relacionado ao conceito de Saúde Única o trabalho do médico-veterinário que une, meio ambiente, saúde humana e animal. Para a presidente da Comissão de Saúde Pública (CSP) do CRMV-MT, a médica-veterinária Marivanda Eilert, o papel deste profissional engloba não somente a proteção, detecção e tratamento das infecções zoonóticas, mas também o de orientar seus clientes e notificar a ocorrência dessas doenças, o que o transforma em um promotor do bem-estar não só animal, como social.
Diagnóstico e tratamento:
A médica-veteriária diz que as formas de manifestação de zoonoses podem se assemelhar ou ser diferentes em animais ou humanos e que isso vai depender do ciclo biológico, forma de transmissão, evolução, prevenção e controle dessas doenças.
Dessa forma, ela destaca que nos casos em animais é importante que o médico-veterinário esteja atento às possibilidades de se deparar com infecções zoonóticas, por meio dos sinais, sintomas e o histórico de cada uma e que é esse profissional quem vai diagnosticar e indicar o qual o melhor processo tanto no tratamento como em prevenção e controle.
Nos seres humanos, com o aparecimento de sintomas, quem fará pedidos de exame e realizar o diagnóstico é o médico, que, em caso da confirmação de uma zoonose indicará o tratamento apropriado, que pode incluir uso de antibióticos, tratamento de sintomas ou internação. Muitas vezes, o que dificulta o tratamento dessas doenças é o fato de que os sintomas podem ser confundidos com outras enfermidades que acometem seres humanos.
Prevenção
Em animais, uma das formas de prevenção é a vacinação, o que reforça a importância de manter as vacinas dos animais em dias e se atentar às campanhas de vacinação, tanto de animais domésticos quanto em animais de rebanhos. Os métodos de prevenção aos seres humanos podem variar de acordo com o tipo de zoonose, porém existem práticas comuns que podem auxiliar como realizar higiene correta de vegetais e frutas, consumo de água potável, ingestão de carnes e derivados de animais apenas de locais confiáveis, que sejam supervisionados por um responsável técnico, evitar acúmulo de lixo e água parada que possam ser habitat para mosquitos transmissores de determinadas zoonoses.
A presidente da CSP do CRMV-MT afirma que a maior dificuldade encontrada hoje no combate a essas doenças é a falta de informação até mesmo dos próprios profissionais sobre a importância das zoonoses e o impacto que elas têm na saúde pública. “No campo acadêmico, mesmo constando nos currículos dos cursos, há pouca ênfase para a área da Saúde Pública Veterinária na questão zoonótica”, relatou.
Centro de Zoonoses no Mato Grosso
Além do cuidado da população, existem as Unidades de Vigilância de Zoonoses que têm como função impedir a propagação dessas doenças, seja por meio do controle de pragas, campanhas de vacinação e acompanhamento de denúncias. O foco desses Centros está no controle de doenças que podem ser transmitidas aos seres humanos. Em Mato Grosso há cinco unidades, localizadas nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Barra do Garças e Juara. Vale lembrar que as UVZs não têm como atribuição atividades voltadas ao bem-estar e/ou saúde animal, visto que não possuem tal competência. (Informações retificadas 02/08/23)
– Aline Costa, estagiária da Assessoria de Comunicação