CRMV-MT publica o I Relatório Socioeconômico de Egressos de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso
28 de agosto de 2023 – Atualizado em 01/09/2023 – 1:34pm
O I Relatório Socioeconômico de Egressos de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso (1997-2020), realizado pela Comissão Regional de Ensino em Medicina Veterinária (CREMV/CRMV-MT), está disponível no site do Conselho Regional de Medicina Veterinária. O objetivo do trabalho foi conhecer o perfil socioeconômico de médicos-veterinários graduados pelas Instituições de Educação Superior (IES) no estado de Mato Grosso desde 1997, ano em que ocorreu a colação de grau da primeira turma de bacharéis, até o ano de 2020.
Os dados que compõem o relatório foram obtidos por meio das respostas do questionário com perguntas fechadas e abertas disponíveis no site do CRMV-MT entre dez/20 e ago/21. Ao todo, 373 médicos-veterinários responderam o questionário dos 2003 médicos veterinários graduados nas IES no estado até 2020. Segundo os pesquisadores que conduziram o projeto, professores José Ricardo de Souza e Sandra Izilda Souza de Figueiredo, membros da CREMV, o trabalho traz informações riquíssimas que ajudarão nas ações da profissão na Medicina Veterinária, bem como, também, identifica os gargalos da atividade profissional.
Desses 373 médicos veterinários, 294 (79%) seguiram atuando na profissão, ou seja, 21% desistiram de exercer a atividade profissional em algum momento. Dos participantes, 24 (6%) egressos responderam que nunca atuaram na medicina veterinária.
Distribuição Geográfica
Sandra aponta que, daqueles que exercem a profissão, 92,5% dos participantes permanecem trabalhando em Mato Grosso, sendo um dado positivo para região. José Ricardo relembra, ainda, que o estado tem como componente importante a agropecuária, que é um dos componentes do PIB nacional, tendo a profissão médico-veterinário inserida em seu contexto.
Os 272 egressos que atuam no estado estão presentes em todas as regiões, com maior concentração no Centro-Sul (62,1%), Médio-Norte (14,7%) e Sudeste (9,2%). Já a região Noroeste tem a menor (2,6%) ocupação de médicos veterinários egressos das IES.
Mercado x Espaço
Os resultados apontam que a maioria (85%) dos profissionais formados nas IES do estado conseguiu ocupar as vagas no mundo do trabalho em até um ano após a obtenção do título de bacharel em medicina veterinária. A professora Sandra explica que Mato Grosso fornece profissionais qualificados, minimizando a busca por mão de obra em outras unidades da federação e por isso a importância das IES no estado.
“Com a consolidação dos cursos de graduação nas instituições de ensino também vieram cursos de pós-graduação. Hoje temos mestrado e doutorado em Mato Grosso, isso é maravilhoso, e essa possibilidade é recente. Nesses dados constata que 56,3% de todos os que participaram já cursaram alguma pós-graduação ligada à Medicina Veterinária”, aponta a professora Sandra.
“28% não cursaram pós-graduação, o restante ou está cursando, ou já cursou. A maioria buscou a especialização, seguido do mestrado e doutorado”, completou o professor José Ricardo.
Evasão Profissional
Dentre os fatores que contribuíram para a desistência no exercício profissional destacam-se as questões econômicas (baixa remuneração), falta de reconhecimento da profissão, além das condições de trabalho e carga horária exaustiva. Segundo o pesquisador José Ricardo, apesar desses fatores pesarem na desistência, os colegas egressos sentem muita satisfação com a profissão.
Pioneirismo
Os professores destacam que o CRMV-MT é pioneiro na realização desse estudo e os resultados podem influenciar diretamente nas ações a serem desenvolvidas na Medicina Veterinária Mato-Grossense, especialmente nas IES.
“Sem dados você não tem um direcionamento. É preciso ter um foco e entender o que está acontecendo hoje. De um modo geral, o Brasil precisa conhecer a dinâmica e gargalos das profissões no mundo do trabalho para planejar, criar ajustes e orientar políticas adequadas na formação profissional, porque, se não fizer isso, as profissões vão ser diluídas.”, pondera Sandra Izilda.
“Queremos que esse trabalho estimule a necessidade de criarmos o nosso censo veterinário. Os resultados mostram uma espécie de fotografia desse período. Contudo só vamos saber o que melhorou ou piorou se tivermos a avaliação sistemática dos dados numa linha do tempo”, conclui José Ricardo.
Para o presidente do CRMV-MT, Roberto Renato Pinheiro da Silva, o trabalho desenvolvido pela CREMV, durante a sua gestão, é um marco para a Medicina Veterinária mato-grossense.
“Me sinto orgulhoso e satisfeito com os frutos que poderemos colher desse trabalho. Entender as satisfações, os anseios, percepções e realidades no mundo do trabalho desses profissionais, é importante para o avanço da Medicina Veterinária”, afirma o presidente.
Para ler o I Relatório Socioeconômico de Egressos de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso (1997-2020) clique aqui.
- Maria Júlia Souza, Assessoria de Comunicação