Debate no canal do CFMV no YouTube celebra Semana Nacional do Controle e Prevenção à Leishmaniose
10 de agosto de 2020 – Atualizado em 10/08/2020 – 6:49pm
Em homenagem à Semana Nacional do Controle e Prevenção à Leishmaniose, no dia 18 de agosto, às 17h, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) promove o debate Medicina Veterinária e os Desafios da Leishmaniose Visceral no Brasil. A transmissão ao vivo será feita pelo canal do conselho no YouTube. O debate reunirá algumas das principais autoridades do país sobre o tema. Agende-se e prepare suas perguntas. O evento é gratuito, com duração de duas horas. Não é necessário inscrever-se previamente.
A Semana Nacional do Controle e Prevenção à Leishmaniose ocorre de 10 a 15 de agosto, para estimular ações educativas e preventivas, e promover debates sobre as políticas públicas de vigilância e controle das leishmanioses no Brasil. Foi instituída pela Lei Federal nº 12.604, de 3 de abril de 2012.
O médico-veterinário exerce um papel específico e relevante, essencial na vigilância, prevenção e controle da leishmaniose visceral (LV), conhecida popularmente como calazar, atuando em duas vertentes estratégicas: a saúde pública e a clínica veterinária.
Leishmaniose visceral
A LV é conceituada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das doenças mais negligenciadas do planeta. Estima-se que, no mundo, ocorra uma média de 500 mil casos ao ano. No Brasil, dados do Ministério da Saúde (MS) apontam uma média superior a três mil casos anuais e uma letalidade em torno dos 7%, tendo como fator de imensa preocupação a elevada concentração de casos em crianças, na faixa etária de zero a 14 anos. A doença também pode acometer uma alta proporção de cães em algumas localidades de municípios endêmicos.
Trata-se de uma zoonose clássica, que envolve no seu ciclo de transmissão um vetor (flebótomo), conhecido popularmente como mosquito-palha, birigui ou cangalhinha, que se reproduz em matéria orgânica, e cuja fêmea realiza seu repasto sanguíneo em animais vertebrados em áreas silvestres, rurais e urbanas, os quais atuam como reservatórios do protozoário Leishmania chagasi. Em áreas urbanas, o cão tem a maior relevância nesse papel. Ao ser infectado por um flebótomo, ele pode ou não desenvolver sinais e sintomas e, ao ser picado novamente, pode levar o protozoário a outros vetores que disseminarão a doença, inclusive em humanos.
Por esse motivo, o uso de medidas de prevenção, como produtos repelentes aos insetos ou vacinas antileishmaniose visceral canina, bem como o uso de telas finas em canis, são importantes para reduzir os impactos da zoonose. Por outro lado, o manejo correto e ético do animal doente é essencial para evitar que ele se torne uma fonte de infecção potencial e, portanto, um risco para a saúde de outros animais e seres humanos.
Atuação do CFMV
O CFMV mantém no seu site perguntas e respostas sobre a LV, bem como uma Nota Técnica, ambas constantemente acessadas e servindo de base e orientação para toda a classe profissional. Nos últimos dois anos, o CFMV realizou dois seminários nas regiões Norte e Centro-Oeste sobre a leishmaniose, nos quais promoveu a atualização sobre o tema para acadêmicos e profissionais. Também participou, nos estados do Acre e de São Paulo, de dois eventos em que abordou a LV na visão do conselho. Em 2019, realizou o Fórum de Saúde Pública Veterinária, na cidade de Curitiba (PR), em que a doença foi abordada com destaque.
No campo político, o CFMV tem estreitado contatos com a Coordenação Nacional do Programa, na Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), tendo como objetivo fortalecer o papel do médico-veterinário. Tem atuado também próximo à Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), inclusive participando do congresso nacional promovido pela entidade.
O CFMV participa do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e, na XVI Conferência Nacional de Saúde (2019), obteve destaque para a Medicina Veterinária. Os representantes do conselho realizaram uma apresentação sobre a saúde única e, em nome da instituição, encaminharam propostas de moção amplamente aprovadas pela plenária: uma propondo a saúde única como política de saúde pública para o país; e outra direcionando o resgate e fortalecimento das Unidades de Vigilância de Zoonoses.
Outra iniciativa em curso é a elaboração de um guia de bolso sobre a LV para médicos-veterinários, previsto para ser publicado ainda neste ano. Elaborado por um grupo de especialistas, o guia visa harmonizar as orientações sobre a doença, desde a saúde pública e legislação ao diagnóstico e manejo dos animais suspeitos e confirmados para a doença.
Evento:
Os médicos-veterinários Francisco Edilson de Ferreira Lima Júnior, integrante da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária do CFMV (CNSPV); Mary Marcondes, co-presidente da Comissão Científica da Associação Mundial de Pequenos Animais (SC-WSAVA); e Vitor Márcio Ribeiro, vice-presidente do BRASILEISH – grupo de estudo em leishmaniose animal e Conselheiro da Anclivepa de Minas Gerais, serão moderados pelo presidente da CNSPV, Nélio de Morais.
“Vamos discutir, atualizar e sensibilizar a população e os profissionais de saúde, especialmente os médicos-veterinários, sobre epidemiologia, diagnóstico e manejo da leishmaniose visceral nos homens e nos animais, bem como sobre as estratégias de prevenção e controle, considerando a comemoração da Semana Nacional de Controle e Combate”, adianta Morais, idealizador do evento.
EVENTO
Data: 18/8 (terça-feira)
Horário: 17h às 19h
Onde: Youtube CFMV (link)
MODERADOR
NÉLIO MORAIS – Médico-veterinário, presidente da CNSPV/CFMV e coordenador de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza.
DEBATEDORES
1. FRANCISCO EDILSON FERREIRA DE LIMA JÚNIOR – Médico-veterinário. Integrante da CNSPV/CFMV e coordenador-geral substituto de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial na Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.
2. MARY MARCONDES – Médica-veterinária. Livre docente em Clínica Médica de Pequenos Animais pela Faculdade de Medicina Veterinária da UNESP (FMV-UNESP), Araçatuba (SP). Integrante do Grupo de Diretrizes de Vacinação de Cães e Gatos da Associação Mundial de Pequenos Animais. Co-presidente da Comissão Científica da Associação Mundial de Pequenos Animais (SC-WSAVA).
3. VÍTOR MÁRCIO RIBEIRO. Médico-veterinário. Professor adjunto da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) em Doenças Infectocontagiosas de Cães e Gatos. Vice-presidente do BRASILEISH – grupo de estudo em leishmaniose animal – e conselheiro da Anclivepa-MG.
Saiba mais:
Manual de Procedimentos para Vigilância e Controle de Leishmanioses nas Américas (em espanhol): https://bit.ly/2GX9DMe
Guia de Vigilância em Saúde: volume único [recurso eletrônico]. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019, pág. 502. https://bit.ly/2ZZJPYo
Leishmaniose Visceral: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção https://bit.ly/3fr67Zz
Tire duas dúvidas sobre a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) aqui.
Fontes: Nélio Batista de Morais (presidente) e Francisco Edilson Ferreira de Lima Júnior, da CNSPV/CFMV
Assessoria de Comunicação do CFMV com informações da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV/CFMV)